Olá Visitante, você ja conhece ou já ouviu falar sobre a Vila de Paranapiacaba?
Vou te convidar a ler um pouco da história antes de mostrar as fotos desse lugar tão bonito, um lugar tão especial.
Paranapiacaba: 'lugar de onde se vê o mar', em tupi-guarani. Esta era a visão que tinham os povos indígenas que passavam por ali, depois de subir a Serra do Mar rumo ao planalto. No século XIX, naquele caminho íngreme utilizado pelos índios, desde os tempos pré-coloniais, seria construída uma estrada de ferro que mudaria a paisagem do interior paulista e ocasionaria a fundação da vila de Paranapiacaba.
A intenção de contruir a Ferrovia Santos-Jundiaí foi por conta da expansão do café, que chegou ao Rio de Janeiro no início do século XIX e logo se espalhou pelo vale do Rio Paraíba. A próxima região ocupada pela cultura cafeeira seria o oeste paulista, já bem no interior do estado. A partir daí, tornou-se urgente encontrar um meio de escoar o café com maior facilidade para o Porto de Santos. O mercado no exterior era certo, mas o produto levava dias de viagem em tropas de muares até o litoral. O problema era a demora para enviar a mercadoria ao exterior e por diversos motivos a mercadoria não conseguia chegar ao destino final que era o Porto de Santos.
Os primeiros estudos para a implantação da ferrovia começaram em 1835, mas foi apenas depois de 1850 que a idéia começou a sair do papel, graças ao espírito empreendedor do Barão de Mauá.
O grande empreendedor Barão de Mauá percebeu que toda a grana e os bens que ele tinha não seriam suficientes para pagar toda a constução da ferrovia, então ele optou em buscar ajuda na Inglaterra onde ele conseguiu achar pessoas interessadas em investir na ferrovia.
Barão de Mauá era um dos maiores empreendedores do mundo mas mesmo assim não adiantava muito porque para construir a ferrovia naquela época era muito, mas muito caro!
Os Inglêses tinham vários interesses e um deles era de dinamizar o fluxo de exportação e importação brasileiro, a Inglaterra detinha uma vasta experiência na construção de ferrovias, utilizando a tecnologia da máquina a vapor - algo imprescindível para vencer as dificuldades técnicas impostas pelo desnível de 796 metros entre o topo da serra e o litoral.
Em 26 de abril de 1856, a recém-criada empresa inglesa São Paulo Railway Co. recebia, por um decreto imperial, a concessão para a construção e exploração da ferrovia por 90 anos.
As obras tiveram início em 1860, comandadas pelo engenheiro inglês Daniel M. Fox. Dadas as características extremamente íngremes do trecho da serra, optou-se pela adoção do chamado sistema funicular: o percurso foi dividido em quatro planos inclinados, cada um com uma máquina fixa a vapor que tracionava as composições através de cabos de aço.
Um funicular, ou plano inclinado, é um carro de cabos que circula sobre trilhos; a sua principal função é o transporte de passageiros ou carga ao longo de encostas. Uma linha de funicular é normalmente constituída por dois carros puxados por um cabo de aço, um em cada extremo da linha; partem ao mesmo tempo numa linha única, a meio do percurso a linha divide-se em duas permitindo o cruzamento. O nome deriva do latin, funiculus, diminutivo de funis que significa "corda".
A vila de Paranapiacaba era inicialmente apenas um acampamento de operários. Depois da inauguração da ferrovia, em 1867, houve a necessidade de se fixar parte deles no local para cuidar da manutenção do sistema.
Assim, construiu-se a Estação Alto da Serra, que também foi o primeiro nome dado ao lugarejo.
Por causa da sua localização, último ponto antes da descida da serra, a vila começou a ganhar importância. Também nesta época foi fundada, em torno da estação São Bernardo, a futura cidade de Santo André, à qual a vila de Paranapiacaba pertence hoje.
Enquanto isso, a ocupação no interior do estado se consolidava, graças à estrada de ferro. O comércio e a produção agrícola aumentaram significativamente. Em pouco tempo já era preciso duplicar a ferrovia.
A partir de 1896, começaram as obras. Paralelamente aos trabalhos de duplicação, a vila também sofreria modificações. No alto de uma colina, os ingleses construíram a casa do engenheiro-chefe, chamada de Castelinho, de onde toda a movimentação no pátio ferroviário poderia ser observada. Na mesma época, foi erguida a Vila Martim Smith, com casas em estilo inglês, de madeira e telhados em ardósia, para servir de moradia aos funcionários da empresa. Em 1900, o novo sistema de planos inclinados é inaugurado, recebendo o nome de Serra Nova.
Do outro lado da estrada de ferro, a Parte Alta de Paranapiacaba, que não pertencia à companhia, seguia padrões arquitetônicos diversos daqueles da vila inglesa. A área começou a ser ocupada por comerciantes para atender os ferroviários já na década de 1860. Ali também moravam os funcionários aposentados, que não poderiam mais usar as casas cedidas pela empresa.
Até meados da década de 40, os moradores viviam ali como uma grande família. A vila era bem cuidada, com ruas arborizadas e casas pintadas.
O clube União Lira Serrano era o centro de uma intensa atividade sócio-cultural: bailes, jogos de salão, competições esportivas, encenações teatrais, exibições de filmes e concertos da Banda Lira. Outro importante ponto de encontro, para fechar um negócio ou conversar sobre política e futebol, era a Estação.
Nas noites de sábados e domingos, moços e moças bem alinhados, interessados em namorar, caminhavam pelas plataformas largas.
Em 1946, termina o período de concessão da São Paulo Railway Co. e todo seu patrimônio é incorporado ao da União. Este fato é apontado pelos antigos moradores como o início da decadência da vila.
Com a desativação parcial do sistema funicular, na década de 70, mais um golpe: parte dos funcionários da extinta RFFSA - Rede Ferroviária Federal é dispensada ou aposentada e outros são contratados, para cuidar do novo sistema de transposição da serra - a cremalheira-aderência.
Na dêcada de 80, depois de várias denúncias na imprensa sobre a deterioração da vila,é criado o Movimento Pró-Paranapiacaba.
Em 1986, a Rede Ferroviária entregou restaurados o sistema funicular entre o 4° e o 5° patamares e o Castelinho. No ano seguinte, o núcleo urbano, os equipamentos ferroviários e a área natural de Paranapiacaba foram tombados pelo CONDEPHAAT - Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo.
De 1986 até o ano de 1990 havia o trem dos inglesês na qual fazia passeios turísticos do 5° Patamar até o 4° Patamar da Serra nova. A falta de visitantes tornou a atividade inviável e infelizmente não funcionou mais.
O trem dos Ingleses ainda existe, porém ele só pode usar uma via da ferrovia pois as outras vias pertencem a concessionária MRS Logística.
Na Vila de Paranapiacaba é realizado muitos eventos culturais como a Festa do Cambucí com receitas feitas apartir do Cambucí que é uma fruta típica da serra do mar e também há o Festival de Inverno na qual ambos eventos são bem conhecidos e bem frequentados pelos visitantes da vila.
Durante o ano também é realizado a Convenção de Bruxas e Magos, exposição de ferromodelismo e exposições de fotografias da vila e entre outros.
Existem muitos lugares para pessoas que querem silêncio e tranquilidade.
Para quem curte rock existe um bar que fica no subsolo de uma casa de madeira na qual é sempre cheio, muitas pessoas adoram.
Para as pessoas que gostam de se aventurar existem muitas trilhas com diversas cachoeiras na qual é permitido entrar somente com a presença de guias turíticos e os preços variam de acordo com os atrativos do passeio, não custa nada pesquisar pelos foruns do orkut ou pesquisar no google, sempre aparece um preço e um lugar especial.
Depois de contar um pouco sobre a História da Vila de Paranapiacaba, vamos as fotos:
Essa foto faz parte do Museu Tecnológico de Paranapiacaba, esse é o 5°Patamar que esta protegido e conservado graças aos esforços dos moradores e da Ong ABPF(Associação Brasileira de Preservação Ferroviária), O maquinário em todos os patamares sempre ficam no subsolo e no solo rodavam os cabos de aço que puxavam as composições no famoso sistema de contrapeso.
Dentro do 5° Patamar fica o maquinário onde eles recebem comando para tracionar os cabos de aço, no súbsolo (sim, abaixo dessas rodas enormes)existe um peso de 10 toneladas que servia para não deixar os cabos de aço "folgados".
A foto acima mostra a cabine de comando onde o funcionário tinha que aguardar a troca dos cabos de aço para o trem poder prosseguir a viagem.
Esse é um dos deliciosos bolos que é vendido na casa da doces * 
muitas vezes é tanta névoa que não dá para enxergar praticamente nada.
Em Paranapiacaba o
Trem dos Ingleses opera aos sabados, domingos e feriados, das 10 às 16h.
Os horários de partida dos passeios são, em média, a cada uma hora, sendo a
duração do passeio de 20 minutos aproximados. O trem percorre um trecho da
linha original, no Pátio de Manobras, dentro do próprio Museu
Ferroviário.
O ingresso junto ao Museu Feroviário custa R$ 3,00 por pessoa.
O passeio no Trem dos Ingleses demanda uma contribuição à parte para custos de operação e manutenção.
O passeio no carro de Primeira Classe, do ano de 1914, conta com assentos duplos estofados.
O Ingresso do Museu Ferroviário mais o Passeio pela Maria Fumaça dos Ingleses custa R$ 5,00
Vale a pena lembrar que essa contribuiçao é para manter a Maria Fumaça funcionando, pois ela resgata muitos momentos importantes da Ferrovia Brasileira.
A ABPF é uma ONG, portanto a sua ajuda é muito muito importante, pois se fosse depender do governo as novas gerações só iriam ver uma Maria Fumaça nos livros de história.
A foto acima mostra o quanto a névoa é densa e muito forte, mas na maioria dos dias não acontece tanta névoa assim ;)
Há muitos moradores antigos e com eles muitas histórias para contar.
Em Paranapiacaba também é possível conhecer uma das primeiras salas de projeção do Brasil, Há também a possibilidade de conhecer o primeiro campo de futebol com medidas oficiais da América Latina.
Charles Miller era filho de Ingleses e foi ele que trouxe as regras e as bandeiras do Futebol para o Brasil.
Charles Miller era filho de Ingleses e foi ele que trouxe as regras e as bandeiras do Futebol para o Brasil.
Bom, espero que você tenha gostado das fotos e se interessado em conhecer a Vila de Paranapiacaba, pois sem a Vila e sem o Sistema Funicular a cidade de São Paulo não seria nada. Eu não deixo de valorizar o trabalho árduo das pessoas que viveram e morreram na construção da ferrovia.
Passei um pouco dos meus conhecimentos, mas se você tiver o interesse em fazer um tour na Vila de Paranapiacaba entre em contato comigo pelo e-mail: felipefelix7@gmail.com
O meu roteiro consiste em mostrar a Vila de Paranapiacaba contando um pouco sobre cada obra arquitetônica, mostrar sobre como funciona os diversos maquinários ferroviários e falando sobre a existência e a importância da Funicular para as pessoas.
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Abraços a todos(as)!
Felix 2010 Aventuras.
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